Baobá do Poeta em Natal: galho de árvore centenária cai e assusta moradores

Queda de galho do Baobá do Poeta em Natal preocupa comunidade e especialistas

Foto: Alex Régis

O Baobá do Poeta em Natal, uma das árvores mais simbólicas e históricas da capital potiguar, voltou a ser tema de preocupação após a queda de um grande galho na semana passada. Localizado na Avenida São José, no bairro de Lagoa Seca, o baobá centenário assustou moradores e visitantes ao ter parte de sua estrutura rompida.

O proprietário do terreno onde está o Baobá do Poeta em Natal, o advogado e escritor Diógenes da Cunha Lima, contou que o barulho da queda foi forte e preocupante. Diógenes comprou o terreno em 1991 com o objetivo de preservar o baobá, que corria risco de ser removido para dar lugar a um prédio residencial. Desde então, o local se tornou um ponto cultural e ambiental da cidade, recebendo visitas de escolas, turistas e pesquisadores.

Com cerca de 19 metros de altura e 6 metros de diâmetro, o baobá é um símbolo de resistência e está fortemente ligado à história local. Após a queda do galho, uma das placas com a inscrição “Baobá do Poeta” foi danificada. Moradores relatam que há um sentimento de zelo coletivo pelo espaço. “Todo mundo aqui gosta do Baobá e ajuda a preservar”, disse Carlito Alves, comerciante da região.

Desde o incidente, uma série de avaliações está sendo conduzida por especialistas. Um engenheiro agrônomo foi contratado para verificar a presença de fungos e a possibilidade de novos danos. Equipes do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, do Instituto de Biociências da UFRN, da Ufersa e da Prefeitura do Natal também estiveram no local para realizar perícias e análises.

A principal preocupação é a integridade da árvore. Segundo Diógenes, “o baobá é oco por dentro, e com as fortes chuvas em Natal, o risco de novos rompimentos aumenta”. A prioridade agora é garantir a segurança da estrutura e do entorno, além de preservar o valor histórico e afetivo do local.

O Baobá do Poeta em Natal também é envolto em uma aura de lenda e literatura. A árvore teria inspirado o escritor Antoine de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, que passou por Natal em 1939. Segundo Diógenes, elementos como dunas, falésias e vulcões presentes no livro reforçam a teoria de que o baobá da obra foi inspirado na paisagem potiguar.

A preocupação com a preservação é constante. “Os amigos e vizinhos sempre ajudam. Há um cuidado coletivo com esse patrimônio”, afirma o ex-reitor da UFRN, que guarda um acervo com reportagens e registros históricos sobre o baobá.