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Trabalho doméstico formal no RN tem segunda maior queda do Nordeste em 10 anos

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    Redação
  • há 7 horas
  • 2 min de leitura

Queda no trabalho doméstico formal no RN atinge principalmente mulheres e reflete desigualdades históricas


Queda no trabalho doméstico formal no RN atinge principalmente mulheres e reflete desigualdades históricas
Foto: ALEX RÉGIS

O trabalho doméstico formal no RN registrou uma queda de 12,5% nos últimos dez anos, colocando o estado na segunda posição entre os estados do Nordeste com maior redução de vínculos empregatícios no setor. Os dados do eSocial Doméstico, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontam que o número de trabalhadores formais caiu de 19.845 em 2015 para 17.364 em 2024.

A retração do trabalho doméstico formal no RN impactou majoritariamente as mulheres, que representavam 87% dos vínculos no ano passado. Em números absolutos, houve uma redução de 17.553 para 15.163 mulheres com carteira assinada nesse setor — uma queda de 13,6%. Mulheres negras e pardas continuam sendo a maioria entre as trabalhadoras formais, totalizando 9.272 vínculos em 2024.

Essa diminuição reflete uma tendência nacional: o Brasil como um todo perdeu 18,1% dos vínculos formais no setor doméstico na última década, com exceção de apenas três estados. Os fatores que explicam essa redução incluem a crise econômica, a mudança de comportamento pós-pandemia (com substituição de mensalistas por diaristas), e o aumento da informalidade.

Segundo a professora Luana Myrrha, da UFRN, a informalidade crescente e a baixa valorização do trabalho doméstico têm raízes históricas. Desde a abolição da escravidão, mulheres negras passaram a exercer funções domésticas como forma de sobrevivência — o que ainda reflete na distribuição racial e de gênero do setor.

Além disso, a especialista destaca a divisão sexual do trabalho, que atribui às mulheres a responsabilidade pelos cuidados com o lar, mesmo diante da inserção no mercado. Essa desigualdade também se revela na remuneração: em 2024, o salário médio das mulheres no trabalho doméstico formal no RN foi de R$ 1.497, enquanto os homens receberam R$ 1.550.

Outro ponto importante é o envelhecimento da força de trabalho no setor. As faixas etárias mais jovens (até 29 anos) reduziram sua participação, enquanto cresceu o número de trabalhadoras entre 50 e 60 anos. O avanço da educação e novas oportunidades profissionais para as mulheres mais jovens ajudam a explicar essa mudança.

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