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Estudante Catarina Kasten é assassinada em trilha de Florianópolis; suspeito confessa estupro e feminicídio

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • há 3 horas
  • 3 min de leitura

Giovane Correa Mayer, 21, admitiu à polícia que atacou, violentou e matou a pós-graduanda da UFSC na trilha do Matadeiro; comunidade cobra segurança e presta homenagens


Estudante Catarina Kasten é assassinada em trilha de Florianópolis; suspeito confessa estupro e feminicídio

A morte da estudante Catarina Kasten, de 31 anos, provocou comoção em Florianópolis e reacendeu o debate sobre segurança em áreas de trilha. A jovem, pós-graduanda do Programa de Inglês da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi encontrada morta na manhã de sexta-feira (21) na trilha do Matadeiro, no Sul da Ilha. O suspeito, Giovane Correa Mayer, de 21 anos, confessou à polícia ter praticado estupro e feminicídio. Ele está preso preventivamente.


A sequência do desaparecimento

De acordo com o boletim de ocorrência, Catarina saiu de casa às 6h50 para uma aula de natação. A demora para retornar chamou a atenção do companheiro, que recebeu, por volta do meio-dia, mensagens informando que pertences da estudante haviam sido encontrados na trilha. Ao confirmar com a professora que ela não compareceu à aula, acionou a Polícia Militar.


Durante as buscas, moradores avisaram aos policiais que haviam localizado um corpo em meio à vegetação. O Samu e as polícias Civil e Científica foram mobilizados.


Confissão e investigação

Segundo a polícia, o suspeito afirmou ter abordado a jovem na trilha, cometido violência sexual e a asfixiado com um cadarço. O material genético dele foi recolhido para análise.

A identificação do agressor ocorreu graças ao apoio de moradores e turistas, que forneceram imagens de câmeras e fotografias registradas durante a manhã. Ao localizar a casa de Giovane, os policiais encontraram roupas compatíveis com as imagens e objetos pessoais de Catarina.


Natural de Viamão (RS), o suspeito mora em Florianópolis desde 2019 e costumava circular pela região da trilha. Ele admitiu ter voltado de uma festa na madrugada do crime, após consumir bebida alcoólica.


A polícia também retomará a investigação de um estupro ocorrido em 2022 contra uma idosa de 69 anos na capital. Na época, Giovane foi ouvido como testemunha por ter trabalhado como ajudante de jardinagem na casa da vítima.


Vida acadêmica e trajetória de Catarina

Catarina era professora, formada em Letras Inglês desde 2022, e realizava pós-graduação na UFSC com planos de ingressar no doutorado. Antes disso, cursou engenharia de produção e participou do Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Produção (Calipro). Descrita por colegas como dedicada e gentil, a estudante atuava ativamente na vida acadêmica.


Homenagens e mobilização

No sábado (22), amigas, colegas e vizinhas refizeram a trilha onde o corpo foi encontrado, em um ato de homenagem e pedido por justiça. O encontro transformou-se em um protesto contra a violência de gênero.


“Não temos segurança enquanto mulheres. Catarina foi vítima de feminicídio, ela não teria sido morta se não fosse mulher”, afirmou a professora Lígia Antunes Siqueira.


Outra participante, Marlene Soccas, destacou que a responsabilidade pelo enfrentamento à violência recai também sobre os homens: “A luta das mulheres é constante, mas quem precisa ser educado são os homens. Queremos uma sociedade de liberdade, não de domínio”.


Respostas oficiais

Em nota, a UFSC expressou “pesar e indignação” pela morte da estudante, repudiou a violência contra mulheres e afirmou confiar nas instituições encarregadas do caso. A universidade realizou um ato público na Igreja da Armação no sábado, reunindo docentes, alunos e integrantes da comunidade acadêmica.


O Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC também manifestou solidariedade à família e colegas da jovem, classificando a perda como de “profunda tristeza”.


A defesa de Giovane é conduzida pela Defensoria Pública, que informou prestar atendimento jurídico integral, conforme previsto na Constituição. O Ministério Público de Santa Catarina ainda não confirmou o recebimento do inquérito.

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