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Como se expressar em conversas difíceis e outros desafios da liderança

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    Redação
  • 20 de mai.
  • 2 min de leitura

Como se expressar em conversas difíceis e outros desafios da liderança
Coluna "Expressão Eficaz" por Camila Aranha no Blog José Patrício

Camila Aranha - Artigo de Opinião


Lembro como se fosse ontem da primeira vez em que precisei chamar alguém da equipe para uma conversa difícil. Eu já tinha repassado mentalmente mil vezes o que queria dizer, tentando encontrar as palavras mais adequadas. Quando se é da comunicação, o simples ato de escolher as palavras vira um desafio de estratégia. Mas, ali, naquele instante da "conversa difícil", entendi que liderar é, antes de tudo, ter empatia.


Conversas difíceis fazem parte do território da liderança. E não, não se trata de fazer “correções” com superioridade moral. Trata-se de preservar relações e alinhar expectativas. O diálogo deve ser encarado como oportunidade dos dois lados. O desconforto também é um convite para o amadurecimento e aponta onde podemos mudar e melhorar.


A maturidade, aliás, é um pilar silencioso da liderança. Ela não se conquista com o tempo de cargo, mas com a disposição para ouvir o que não se gostaria de ouvir. Vejo isso com clareza hoje, ao observar profissionais com excelente desempenho técnico, que desmoronam diante de um feedback mais direto.


Aceitar feedback com humildade exige um senso de identidade bem resolvido. Saber que você não é o seu erro, mas que ele é parte do seu processo. Quando líderes não desenvolvem essa maturidade, eles não só travam o próprio crescimento como contaminam a cultura da equipe, transformando o ambiente em um campo minado onde ninguém se arrisca a dizer o que pensa.


E é aqui que entra um dos aspectos mais negligenciados da liderança: a sucessão.


Muitos líderes, ao atingirem certo prestígio, tornam-se guardiões do próprio trono. Evitam formar sucessores por medo de serem substituídos, como se sua saída fosse uma falha e não um legado. Só que líderes de verdade não se medem pelo que constroem enquanto estão, mas pelo que permanece quando partem.


Liderança de sucessão é um ato de generosidade. É preparar pessoas para serem até melhores do que você. É entender que o seu papel não é ser insubstituível, mas formar gente boa o bastante para que sua ausência não cause um colapso. Liderar, nesse sentido, é ficar por último — para servir, para ouvir, para proteger o time das pressões externas e, principalmente, para preparar o caminho para quem vem depois.


A liderança que faz diferença é aquela que aceita o desconforto, que busca a verdade mesmo quando ela incomoda, que treina mais do que ordena e que cultiva maturidade nas relações. Ela entende que não se trata de ser o protagonista da história, mas um estrategista, que ajuda outros a também brilhar.


Para encerrar, essa reflexão toda me fez lembrar do trecho da música de Jorge Ben Jor, Galileu da Galileia, que diz "se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem". Isso porque, no final de tudo, a liderança generosa é a que torna o legado duradouro e faz do líder uma figura sempre lembrada.


Acesse no Instagram: @camila.aranha

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