Justiça revoga bloqueios contra Deolane Bezerra na Operação Integration, mas investigação segue ativa

Decisão libera passaportes, veículos e ativos financeiros da influenciadora e de outros alvos da operação que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro

A influenciadora digital Deolane Bezerra teve os bens e restrições pessoais desbloqueados por decisão da Justiça Federal da 1ª instância de Pernambuco, proferida nesta segunda-feira (9). A medida beneficia também outros investigados na Operação Integration, que desde setembro de 2024 apura um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.

A decisão judicial revoga todas as medidas cautelares impostas anteriormente, incluindo a apreensão de passaportes, o bloqueio de veículos automotores e de ativos financeiros. O juiz responsável pela decisão considerou o tempo transcorrido desde o início da investigação e a complexidade do caso como fatores que justificam a suspensão das restrições.

Apesar da revogação, a investigação ainda está em curso. A Justiça determinou que os investigados com bens sob custódia judicial deverão comunicar à Vara Federal, em até cinco dias, a atual situação patrimonial, medida que visa otimizar o cumprimento da decisão e a celeridade processual.

A revogação das cautelares representa um alívio momentâneo para os envolvidos, mas não significa absolvição nem o encerramento das apurações. A Operação Integration continua ativa, e aguarda a conclusão do relatório final, ainda pendente de prorrogação solicitada pelas autoridades.

Relembre a Operação Integration

Deflagrada em setembro de 2024 pela Polícia Civil de Pernambuco, a Operação Integration visou desarticular uma estrutura financeira ilícita que teria movimentado cerca de R$ 3 bilhões. O foco da ação foi um grupo acusado de lavagem de dinheiro, jogos ilegais e ocultação de patrimônio, que envolvia influenciadores digitais, empresários e familiares de Deolane Bezerra.

Entre os bens apreendidos estavam carros de luxo, imóveis de alto padrão, aeronaves e embarcações, além de valores bloqueados que somam R$ 2,1 bilhões.

Um dos episódios de maior repercussão foi a prisão de Deolane Bezerra, em 4 de setembro de 2024, que permaneceu 20 dias detida, parte desse período em prisão domiciliar, sendo liberada em 24 de setembro. Também foram presos membros de sua família, incluindo a mãe da influenciadora.

Na ocasião, Deolane alegou inocência e afirmou ter sido vítima de uma “injustiça”, além de relatar sofrimento emocional intenso diante da prisão da mãe.

A defesa da influenciadora comemorou a decisão da Justiça como um avanço no reconhecimento de sua inocência, embora as investigações sigam em andamento. O Ministério Público Federal e a Polícia Civil ainda não se manifestaram oficialmente sobre os próximos passos do inquérito.