Tomógrafos quebrados paralisam exames no Walfredo Gurgel pela segunda vez em outubro
- Redação
- 14 de out.
- 2 min de leitura
Com mais de 4 mil exames mensais parados, hospital enfrenta limitações orçamentárias para substituir equipamentos obsoletos

Pela segunda vez em menos de um mês, os dois tomógrafos do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade de saúde pública do Rio Grande do Norte, estão inoperantes, comprometendo mais de 4 mil exames de imagem mensais. A paralisação afeta diretamente o diagnóstico de centenas de pacientes que dependem do equipamento para avaliação de traumas, AVCs e outras urgências.
Um dos aparelhos, com nove anos de uso, encontra-se em manutenção e aguarda a chegada de peças importadas. O outro, mais antigo, com 15 anos de funcionamento, foi religado nesta segunda-feira (13), mas voltou a apresentar falhas ainda durante os testes de reativação.
Hospital enfrenta colapso no setor de imagem
Segundo o diretor do hospital, Geraldo Neto, os dois tomógrafos estão tecnicamente obsoletos. Ele revelou que, ao assumir a gestão, a equipe já identificou as limitações estruturais do setor de imagem.
“Quando a gente chegou aqui no Walfredo, a gente identificou, na verdade, a fragilidade que já existia na estrutura, voltada para essa parte do setor de tomografia, do setor de imagem. E aí, na verdade, já existe um termo de obsolescência de uma dessas máquinas e a gente pediu à empresa que faz manutenção preventiva e corretiva para estender um pouco mais, sabendo justamente das limitações de orçamento que o Estado tem. Não é novidade para ninguém a nossa dificuldade de orçamento”, afirmou o diretor.
A situação obriga o hospital a transferir pacientes para outras unidades ou a postergar diagnósticos importantes, o que compromete diretamente o fluxo de atendimento em urgência e emergência.
Novo equipamento depende de verba de R$ 2,5 milhões
O hospital já elaborou um orçamento para a aquisição de um novo tomógrafo, estimado em aproximadamente R$ 2,5 milhões. O equipamento pretendido possui tecnologia mais avançada, com 64 canais, em comparação aos 16 canais do atual, e promete maior agilidade e precisão nos diagnósticos.
“O Estado vive nessa situação delicada financeira, o que nos impediu de fazer uma aquisição de forma mais tempestiva, mas a direção, assim que enxergou a necessidade de fazer a substituição desses equipamentos, nós já disparamos processos de compra para que nós fizéssemos a aquisição de um equipamento maior, mais robusto”, explicou Geraldo Neto.
Apesar da urgência, ainda não há previsão para que a compra seja concluída.
Problema recorrente expõe vulnerabilidade da saúde pública
Essa é a segunda vez em menos de 30 dias que os tomógrafos do Walfredo Gurgel deixam de funcionar. Em setembro, uma situação semelhante já havia interrompido os atendimentos de imagem.
O cenário escancara a fragilidade da rede hospitalar pública diante da dependência de equipamentos antigos, sem suporte técnico contínuo, e de um orçamento estadual limitado.
O Walfredo Gurgel é referência em atendimento de alta complexidade no Rio Grande do Norte, principalmente em traumas e urgências. A paralisação da tomografia afeta o funcionamento não só da unidade, mas de toda a rede integrada de saúde do estado, já que o hospital opera como retaguarda para outras instituições.











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