Bebê nasce com 6,5 kg após parto normal e sofre lesão no braço em hospital no Espírito Santo
- Redação
- 8 de out.
- 3 min de leitura
Mãe estava com 42 semanas e afirma que foi surpreendida com indução do parto normal apesar da recomendação para cesariana

Um parto considerado fora do comum gerou preocupação e indignação na cidade de Colatina, no Espírito Santo. No dia 9 de agosto, Ariane Borges, de 39 anos, deu à luz o pequeno Alderico, um bebê de impressionantes 6,5 quilos e 55 centímetros, em um parto normal realizado no Hospital e Maternidade São José. O nascimento, no entanto, veio acompanhado de complicações sérias tanto para a mãe quanto para a criança.
A gestação já havia ultrapassado as 42 semanas e, segundo Ariane, a orientação médica inicial era pela realização de uma cesariana. No entanto, ao chegar ao hospital, a equipe optou por induzir o parto normal. Durante o procedimento, o bebê teve o ombro deslocado e ficou cinco minutos sem respirar, sendo entubado imediatamente após o nascimento. A mãe sofreu hemorragia e precisou levar 55 pontos.
Quadro clínico grave após o parto
Ariane, que mora em Água Doce do Norte e é mãe de nove filhos, relatou momentos de desespero na sala de parto. “O neném quase perdeu a vida também, porque ele ficou cinco minutos sem suspirar. Na hora que eles puxaram, rompeu o cordão umbilical e eu tomei um susto”, contou em entrevista ao portal G1. Segundo ela, cerca de dez profissionais participaram do procedimento. “O médico até falou: ‘Se você já ganhou oito de parto normal, esse é mole para a senhora’. Foi uma surpresa. O médico ficou assustado e até se emocionou depois que ele voltou a respirar.”
Alderico ficou internado por dez dias na unidade hospitalar e atualmente passa por acompanhamento médico e sessões de fisioterapia. Ele sofreu uma lesão no plexo braquial, um estiramento dos nervos do ombro durante o parto que comprometeu os movimentos do braço direito. Os médicos, no entanto, são otimistas quanto à recuperação completa da criança.
Hospital se manifesta sobre o caso
Em nota oficial, o Hospital e Maternidade São José afirmou que o nascimento da criança foi resultado de uma “avaliação cuidadosa e criteriosa da equipe médica, visando sempre a segurança da mãe e da criança”. A unidade ressaltou ainda que realiza mais de 300 partos por mês, com equipes experientes e atendimento humanizado.
Apesar da explicação institucional, o caso gerou questionamentos nas redes sociais e entre familiares, especialmente sobre a decisão de não seguir com a cesariana previamente recomendada. “A gente achava que ele nasceria com uns 4 kg, não 6,5 kg. No último ultrassom, a médica falou que ele ia ser grande, mas não imaginava que seria assim. Ela até falou que não queria me assustar, então eu achei que era brincadeira”, contou Ariane.
Gestação sem intercorrências
Ariane relata que a gravidez de Alderico foi tranquila e sem intercorrências. Ela estava acompanhada do marido no momento em que deu entrada no hospital e acreditava que faria uma cesariana, como havia sido discutido anteriormente. “A gente confiou nos médicos, mas não esperava que fosse tão difícil. Ele é um bebê lindo, forte, mas sofreu demais para nascer”, lamentou.
Agora, em casa e ainda se recuperando fisicamente e emocionalmente do trauma, Ariane acompanha de perto o progresso do filho. “Graças a Deus, ele está melhorando, mexe um pouco o bracinho, e os médicos disseram que vai voltar ao normal com o tempo”, afirmou.
Reflexão sobre os limites do parto normal
Casos como o de Alderico reacendem debates sobre os critérios usados por equipes médicas na escolha entre parto normal e cesárea, especialmente em situações onde há sinais de alerta. Embora o parto natural seja geralmente considerado mais seguro para gestações de baixo risco, especialistas alertam que o peso fetal elevado e o avanço da gestação para além das 40 semanas são fatores que devem ser cuidadosamente analisados.
A lesão do plexo braquial, como ocorreu com Alderico, é uma complicação conhecida e pode ocorrer quando há dificuldade na saída dos ombros do bebê, especialmente em recém-nascidos maiores. Em casos graves, pode haver necessidade de cirurgia, mas na maioria das vezes a recuperação é possível com fisioterapia intensiva, como no caso do bebê capixaba.
Família se concentra na recuperação
Apesar da dor e das dúvidas que cercam o nascimento de Alderico, a família optou por focar na recuperação do bebê. A expectativa agora é que o pequeno possa crescer saudável e superar os efeitos do parto difícil.
"Ele é um guerreiro. A gente está com fé de que tudo vai ficar bem", finalizou Ariane.











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