Após denúncia, Blue Saúde autoriza cirurgia de paciente com fratura na mandíbula em Salvador
- Redação
- 30 de jun.
- 2 min de leitura
Paciente autista e com deficiência visual havia denunciado negativa do plano mesmo com laudos médicos; após mobilização, cirurgia foi liberada e Rosária já recebeu alta

A paciente Rosária Morais, autista (nível 1 de suporte), deficiente monocular e com rigidez cognitiva, finalmente passou pela cirurgia de reconstrução da mandíbula após sofrer um acidente em Salvador. O caso ganhou repercussão após a denúncia de negativa por parte da operadora Blue Saúde, que inicialmente recusou a autorização do procedimento, mesmo diante da urgência clínica e da apresentação de todos os laudos médicos exigidos.
O acidente ocorreu na quinta-feira (27), quando Rosária foi levada ao Hospital da Bahia com fratura complexa na mandíbula. A equipe médica indicou a necessidade de cirurgia imediata, envolvendo redução cirúrgica, fixação com contenção e reconstrução com enxerto ósseo — procedimentos previstos na Tabela TUSS da ANS e, portanto, com cobertura obrigatória pelos planos de saúde.
No entanto, a paciente relatou que a Blue Saúde não autorizou o uso de anestesia, não liberou os materiais necessários e tentou transferir a responsabilidade para fornecedores de insumos, exigindo que assinassem um termo assumindo os riscos em caso de inadimplência. Ainda segundo a denúncia, a médica responsável, Dra. Fátima Dultra, foi pressionada a conceder alta hospitalar e remarcar a cirurgia como eletiva — o que contraria o diagnóstico de urgência.
Diante da recusa, as advogadas Renata Araújo e Laís Marcel, representantes legais de Rosária, informaram que ingressariam com uma ação judicial com pedido de liminar, com base no Código de Defesa do Consumidor e em jurisprudência consolidada sobre negativas abusivas em situações emergenciais.
Cirurgia liberada e caso resolvido
Após a repercussão do caso, o presidente da operadora Blue Saúde, Lourival Araújo, entrou em contato direto com a advogada Renata Araújo, buscando uma solução para o impasse. As pendências relacionadas aos materiais e aos códigos dos procedimentos foram resolvidas, e a autorização foi concedida na noite do sábado (29).
A cirurgia foi realizada no domingo (30), tendo sido adiada por conta de trâmites burocráticos internos do hospital. Rosária recebeu alta nesta segunda-feira (1º) e já está em casa, em processo de recuperação.
“Foi um alívio depois de tanta tensão. Agradeço à minha advogada e a todas as pessoas que me apoiaram nesse momento difícil”, declarou Rosária, ao deixar o hospital.
O caso reforça a importância da vigilância sobre os direitos dos pacientes e da atuação firme em defesa do acesso à saúde com dignidade.
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