Investigadores comparam medidas contra Bolsonaro a prisão domiciliar e citam risco de fuga
- Redação
- 18 de jul.
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As medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (18) são interpretadas por investigadores como equivalentes a uma prisão domiciliar em regime semiaberto. A avaliação, segundo apuração da jornalista Andréia Sadi, é que o objetivo do Supremo Tribunal Federal (STF) é impedir possível fuga do país e conter a influência de Bolsonaro sobre os rumos da investigação do suposto golpe de Estado.

Autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, as medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno (entre 19h e 6h) e aos finais de semana, proibição de sair da cidade onde reside, bem como de se aproximar de embaixadas ou consulados.
Fontes da PF alertam que as restrições visam evitar o que ocorreu com a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que fugiu do Brasil após ser condenada por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Além disso, Bolsonaro admitiu recentemente ter enviado R$ 2 milhões ao filho Eduardo Bolsonaro, que vive nos Estados Unidos. Investigadores veem esse movimento como possível preparação para uma eventual saída do país.
A operação de hoje é parte do inquérito que investiga a tentativa de coação ao STF e ligações com a articulação de um golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu a condenação de Bolsonaro por crimes que somam mais de 40 anos de pena máxima.
A investigação aponta que Eduardo Bolsonaro teria tentado influenciar aliados do ex-presidente Donald Trump para pressionar os ministros do STF com medidas econômicas. Em 9 de julho, o próprio Trump anunciou tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, alegando que Bolsonaro é vítima de perseguição política.
As ações da PF incluem também apreensões de dólares, um pen drive escondido em banheiro, o celular de Bolsonaro e uma cópia da ação movida pela plataforma Rumble contra Alexandre de Moraes nos EUA. O caso, envolvendo também o grupo de mídia de Trump, questiona decisões judiciais brasileiras com repercussão internacional.









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