Demolição do Hotel BRA deve ser concluída até 30 de maio, após anos de impasse judicial
- Redação
- há 3 dias
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Justiça acompanha andamento da demolição do Hotel BRA na Via Costeira

Após quase duas décadas de embargos, a demolição do Hotel BRA, localizado na Via Costeira em Natal, pode estar próxima de um desfecho. Segundo informações da Procuradoria Geral do Município, a empresa NATHWF Empreendimentos S/A comunicou à Justiça Federal que iniciou a retirada das estruturas remanescentes do pavimento excedente, com previsão de conclusão até 30 de maio de 2025.
A medida atende a uma determinação judicial que exige a demolição do 8º andar do prédio, construído acima do limite permitido pela legislação urbanística da época. Uma fiscalização técnica da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), realizada em abril deste ano, apontou que a obrigação ainda não havia sido integralmente cumprida, restando parte da estrutura de sustentação da edificação.
A empresa justificou à prefeitura que havia uma divergência na interpretação da área a ser demolida, e reforçou que já iniciou os trabalhos de retirada das partes remanescentes. O juízo responsável decidiu aguardar o fim do novo prazo (30 de maio) antes de adotar outras medidas.
O processo de demolição começou após sentença da 5ª Vara da Justiça Federal em 2023, que fixou o prazo inicial de 90 dias para a remoção do pavimento irregular. No entanto, a empresa conseguiu prorrogar o prazo judicialmente.
Além disso, a NATHWF ingressou com pedido de licenciamento para reestruturar o antigo hotel. A Semurb foi autorizada pela Justiça a seguir com a análise do pedido sem cobrar nova taxa de R$ 352 mil, já quitada em solicitação anterior. O juiz Ivan Lira de Carvalho acatou o argumento da empresa.
O Hotel BRA foi projetado para ser um empreendimento de luxo, mas enfrentou diversos obstáculos legais, como a ausência de licenciamento ambiental e a construção acima do gabarito máximo permitido. A edificação chegou a dobrar a área inicialmente aprovada, o que resultou em ações civis públicas e no embargo definitivo em 2005.
Desde então, o caso se arrasta na Justiça. A demolição do 8º andar é parte de um acordo que busca regularizar o empreendimento e permitir a retomada do processo de licenciamento, conforme as normas ambientais e urbanísticas atuais.
A empresa NATHWF, que representa o projeto atualmente, informou que só irá se manifestar nos autos do processo. A postura de não responder à imprensa tem sido mantida desde o início dos trâmites judiciais.
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