Energia encarece alimentos em até 92% e pressiona custo de vida no Brasil
- Redação
- 3 de jul.
- 2 min de leitura
O peso da energia elétrica no custo de vida do brasileiro é muito maior do que se imagina. Um estudo recente da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) revelou que apenas 34,7% do custo da energia é pago diretamente na conta de luz residencial. Os outros 65,3% estão diluídos nos preços de produtos (41,5%) e serviços (26,9%) consumidos no dia a dia.

O impacto se reflete em alimentos e insumos essenciais. No caso do pão francês, por exemplo, a energia representa 29,8% do valor final. No leite e derivados, o percentual é de 28,3%, e nas carnes, 27,2%. Mas o dado mais impressionante vem do queijo, cujo custo tem 92,5% de influência da energia elétrica e do gás natural. Até mesmo a conta de água e esgoto é afetada: 53,5% do valor final está ligado ao custo energético.
A escalada nos preços da energia ao longo dos anos é um dos principais responsáveis por esse cenário. Entre 2000 e 2024, o custo da eletricidade para a indústria brasileira subiu 1.299%, e o gás natural, 2.251%. No mesmo período, a inflação oficial medida pelo IPCA acumulou alta de 326%. Ou seja, a energia subiu quase quatro vezes mais que a inflação.
Na comparação internacional, o Brasil também se destaca negativamente. Enquanto o custo da energia elétrica industrial em dólares cresceu 231,4% por aqui, nos Estados Unidos o aumento foi de 127,5% e na União Europeia, de 100,2%. O preço do gás natural caiu 72,6% nos EUA, mas no Brasil aumentou 115,8%.
Segundo a Abrace, esse cenário impacta diretamente a competitividade da indústria nacional, encarece os produtos, contribui para o aumento da inflação, reduz investimentos e eleva o desemprego. A entidade defende a revisão dos encargos e tributos que incidem sobre a energia elétrica e a modernização do setor como medidas urgentes para aliviar o bolso do consumidor e impulsionar a economia brasileira.
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