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'Pouso forçado': funcionários de banco público são investigados por fraude de R$ 12,5 milhões com milhas no RN

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    Redação
  • 24 de set.
  • 2 min de leitura

Polícia Civil desmonta esquema que usava cartões de crédito com saldo insuficiente para gerar pontos de fidelidade e obter lucro ilícito


'Pouso forçado': funcionários de banco público são investigados por fraude de R$ 12,5 milhões com milhas no RN
Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou nesta quarta-feira, 24 de setembro, a “Operação Pouso Forçado”, que tem como alvo um grupo formado por funcionários de um banco público suspeitos de desviar cerca de R$ 12,5 milhões em pontos de programas de fidelidade. O esquema envolvia a manipulação de sistemas informatizados da própria instituição financeira para gerar milhas de forma fraudulenta, convertidas posteriormente em dinheiro, bens e passagens aéreas, principalmente internacionais.


De acordo com as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada no Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (DECCOR), três servidores usavam suas posições estratégicas dentro do banco para fraudar pagamentos de planos de previdência. Eles vinculavam os pagamentos a cartões de crédito pessoais e de familiares, ainda que estes estivessem sem limite disponível. Mesmo com o estorno automático das transações devido à insuficiência de saldo, os pontos de fidelidade eram creditados normalmente.


"Esses pontos, popularmente conhecidos como ‘milhas’, eram posteriormente convertidos, de maneira dissimulada, em dinheiro, bens e passagens aéreas", informou a Polícia Civil por meio de nota. Ainda segundo a corporação, o golpe causou um prejuízo milionário à instituição, estimado em mais de 12,5 milhões de pontos utilizados de forma indevida.


Durante a operação, foram apreendidos documentos, computadores, celulares, extratos bancários, mais de 40 cartões de crédito, além de munições, três armas de fogo e valores em espécie: R$ 28.050,00 e US$ 15.100,00. Também foi determinado o bloqueio judicial de bens e veículos, somando R$ 2,5 milhões em valores sequestrados.


Fraude sofisticada e enriquecimento ilícito

O esquema era sofisticado e sustentado pela facilidade com que os investigados manipulavam sistemas internos do banco. A prática consistia em realizar lançamentos falsos de pagamentos de previdência privada, operação que gerava pontos no programa de milhagens da instituição, mesmo quando o pagamento era cancelado por falta de limite no cartão.


As milhas acumuladas eram então vendidas a terceiros ou utilizadas diretamente para a compra de bens de consumo e passagens aéreas de alto valor, com foco em destinos internacionais. Segundo a investigação, o trio montou uma verdadeira rede para lavar o dinheiro obtido com o golpe, camuflando o lucro ilícito por meio da aquisição de produtos de luxo e movimentações bancárias dissimuladas.


Apoio institucional e cooperação entre órgãos

A “Operação Pouso Forçado” contou com o suporte do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR/LD), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), da Secretaria da Fazenda do Estado (SEFAZ) e outros órgãos parceiros.


A escolha do nome da operação faz alusão direta à prática de "fabricar" pontos de forma artificial para uso em viagens, além de remeter à ação da Polícia Civil que teria provocado um “pouso forçado” do esquema fraudulento.


Denúncias anônimas e novas investigações

A Polícia Civil reforçou a importância da colaboração da sociedade na identificação de práticas ilícitas. Informações sobre corrupção e lavagem de dinheiro podem ser repassadas de forma anônima através do Disque Denúncia 181.


A investigação continua em andamento, e novas diligências não estão descartadas. O inquérito busca agora aprofundar a apuração de possíveis ramificações do esquema dentro e fora da instituição financeira, além de identificar eventuais beneficiários das milhas desviadas.

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