Homem invade casa da ex-mulher, mata a nova companheira dela e comete suicídio no interior do RN
- Redação
- 19 de set.
- 3 min de leitura
Crime aconteceu na manhã desta sexta-feira em Poço Branco; ex-mulher sobreviveu após ser baleada
Na manhã desta sexta-feira (19), um crime brutal abalou a cidade de Poço Branco, no interior do Rio Grande do Norte. Um homem identificado como Damião Medeiros invadiu a residência da ex-esposa, Ingrid Teixeira, e atirou contra ela e sua atual companheira, Elienizia Moura. Elienizia não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Após o ataque, o agressor tirou a própria vida. A ex-companheira sobreviveu e foi socorrida por uma equipe médica.
O caso foi registrado por volta das 8h. Vizinhos escutaram uma discussão seguida de disparos de arma de fogo e acionaram o 14º Batalhão da Polícia Militar. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram Ingrid do lado de fora do imóvel, ferida, pedindo por socorro. Dentro da casa, estavam os corpos de Elienizia e Damião, além de um revólver próximo a eles.

Violência motivada por ciúmes e não aceitação do fim do relacionamento
Segundo informações da Polícia Militar e relatos de uma irmã da vítima, Damião não aceitava o término do relacionamento com Ingrid, que havia iniciado recentemente um novo relacionamento com Elienizia. A motivação do crime teria sido a recusa do agressor em aceitar a nova vida da ex-companheira.
Ainda de acordo com a irmã de Ingrid, a situação entre o ex-casal vinha se tornando tensa nos últimos meses. “Ele não aceitava que ela tivesse seguido em frente. Já tinha feito ameaças antes, mas a gente não imaginava que ele fosse capaz de algo assim”, contou à polícia.
Testemunhas do horror: filha e cunhada da vítima escapam do ataque
Durante o crime, outras duas pessoas estavam na residência: a irmã de Ingrid e uma criança de 10 anos, filha de Ingrid com Damião. Segundo os policiais, ambas conseguiram se esconder no banheiro e não foram feridas.
“Ao perceberem os disparos, elas correram para o banheiro e se trancaram. Provavelmente, isso salvou suas vidas”, explicou um dos policiais que atendeu a ocorrência.
A criança e a irmã da vítima receberam atendimento psicológico ainda no local, e a família deve receber acompanhamento das autoridades de proteção à mulher e à criança.
Investigação será conduzida pela Polícia Civil
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte irá investigar o caso como feminicídio seguido de tentativa de feminicídio e suicídio. As autoridades também vão apurar se havia registros anteriores de violência doméstica contra Damião ou medidas protetivas solicitadas por Ingrid.
“A dinâmica do crime indica um claro caso de feminicídio, motivado por ciúmes e inconformismo com o término do relacionamento. Infelizmente, é mais um caso que evidencia a gravidade da violência de gênero em nosso país”, afirmou um investigador da Delegacia de Homicídios responsável pelo caso.
Violência contra mulheres e pessoas LGBTQIA+
Além de feminicídio, o crime reacende o alerta sobre a violência contra pessoas LGBTQIA+. Ingrid vivia um relacionamento com outra mulher, o que, segundo familiares, era um dos fatores que mais incomodavam o ex-marido.
Organizações de defesa dos direitos humanos reforçaram o pedido por políticas públicas que garantam proteção real a mulheres e pessoas LGBTQIA+ vítimas de ameaças, agressões e perseguições por parte de ex-parceiros.
“O que aconteceu hoje em Poço Branco é mais um capítulo de uma tragédia anunciada. O Brasil precisa avançar urgentemente em políticas de prevenção, acolhimento e punição dos agressores”, destacou em nota o Instituto Potiguar de Direitos Humanos.
Cidade está abalada com o crime
Poço Branco, que tem pouco mais de 15 mil habitantes, ficou em choque com a tragédia. Nas redes sociais, moradores manifestaram solidariedade à família das vítimas e cobraram justiça. O clima na cidade é de tristeza e indignação.
As autoridades informaram que a escola onde a filha do casal estuda prestará apoio psicológico à aluna, e que o município está mobilizando a rede de assistência social para acolher os familiares.
Ingrid segue internada, mas seu estado de saúde é considerado estável. Ela ainda não foi ouvida formalmente pela polícia.








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