Conflito entre Israel e Irã pode impactar combustíveis no RN, alerta setor
- Redação
- 19 de jun.
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O aumento das tensões no Oriente Médio, com o confronto direto entre Israel e Irã iniciado na sexta-feira (13), reacendeu os temores globais sobre a estabilidade do mercado internacional de petróleo. A guerra, marcada por ataques aéreos a instalações estratégicas e ameaças de escalada militar, já começou a refletir em reajustes na cadeia de distribuição de combustíveis — e o Rio Grande do Norte está entre os estados que podem sentir os primeiros impactos.
Com a Refinaria Clara Camarão dependendo de importações para quase todos os produtos que comercializa, exceto querosene de aviação, o presidente do Sindipostos-RN, Maxwell Flor, afirma que os efeitos do conflito já começaram a surgir. “Desde o sábado (14), percebemos aumentos por parte das distribuidoras para alguns revendedores. É inevitável que essa escalada no preço do barril de petróleo afete o dia a dia do consumidor potiguar”, explica.
Flor destaca que cada revendedor pode ou não repassar o aumento, a depender do percentual aplicado pelas distribuidoras. “Se o reajuste for pequeno, muitos revendedores absorvem. Mas, em caso de aumentos maiores, não há como segurar”, ressalta. O valor do dólar, somado à crise internacional, também influencia diretamente no custo final.
O economista Helder Cavalcanti, conselheiro do Corecon-RN, reforça a preocupação com a possível continuidade da guerra. “O Irã, que preside atualmente a Opep, é responsável por cerca de 12% da produção global de petróleo. Se o conflito persistir, os efeitos serão inevitáveis, inclusive no Brasil”, afirma.
Embora o país seja produtor e exportador, ainda depende fortemente do refino e do transporte terrestre, o que encarece os preços, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, por conta da distância dos grandes centros de distribuição. “A infraestrutura logística é um gargalo. Precisamos de mais investimentos em portos, ferrovias e aeroportos”, destaca Cavalcanti.
No mercado potiguar, ainda não há registro de desabastecimento. O abastecimento local segue garantido pelas bases de Cabedelo (PB), Suape (PE) e pela própria Clara Camarão.
Procon monitora preços e alerta para abusos
Mesmo diante da instabilidade global, a última pesquisa do Procon Natal, divulgada em 11 de junho, revelou uma queda média nos preços dos combustíveis na capital. A gasolina comum passou de R$ 6,26 para R$ 5,92 (queda de 5,35%) e o diesel comum caiu de R$ 6,24 para R$ 5,95 (redução de 4,67%).
A diretora do Procon, Dina Pérez, destaca que o órgão segue atento a possíveis práticas abusivas. “Estamos monitorando o cenário e acompanhando o comportamento dos preços nos postos. Por enquanto, não há indícios de alta generalizada, mas o cenário é instável e pode mudar a qualquer momento”, afirma.
A alta nos preços só pode ser considerada legítima se houver base econômica — como reajuste nas refinarias ou nas distribuidoras. Caso contrário, trata-se de abuso ao consumidor. Em casos suspeitos, o cidadão pode acionar o Procon pelo telefone (84) 3232-6189, pelo e-mail procon.natal@natal.rn.gov.br ou presencialmente na sede da instituição, localizada na Rua Ulisses Caldas, 181, Cidade Alta.
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