Mais de 11 mil veículos circulam com GNV irregular no RN e colocam motoristas em risco
- Redação
- 25 de set.
- 3 min de leitura
Falta de inspeção do Certificado de Segurança Veicular aumenta risco de acidentes, explosões de cilindros e poluição em rodovias potiguares

Oficialmente, 11,6 mil veículos circulam no Rio Grande do Norte com o Certificado de Segurança Veicular (CSV) vencido, trafegando de forma irregular pelas ruas e rodovias. O número pode ser ainda maior, já que muitos motoristas evitam a inspeção anual e a regularização documental da conversão de veículos para GNV, optando por rodar sem homologação.
Situações mais graves envolvem carros convertidos em oficinas não credenciadas, sem qualquer inspeção por órgãos autorizados pelo Inmetro, comprometendo seriamente a segurança veicular. A frota que utiliza o Gás Natural Veicular (GNV) como combustível no RN é de quase 55 mil veículos, o que indica que milhares circulam sem atestado de segurança.
Segundo o engenheiro Domingos Júnior, especialista em inspeções de GNV, a irregularidade representa risco de acidentes graves. “Um exemplo é o cilindro de gás. Ele precisa ser requalificado a cada cinco anos. Sem inspeção, o dono pode não perceber que o prazo venceu — e isso pode levar à explosão do cilindro”, explicou.
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Além do risco mecânico, a ausência de regularização impede a inspeção inicial de ruídos e emissões de gases, prevista pelo Inmetro e pelo Senatran. “Isso representa não só falhas mecânicas, mas também problemas ambientais, com falta de controle sobre poluição e ruídos no trânsito”, acrescentou.
A importância do Certificado de Segurança Veicular (CSV)
O Certificado de Segurança Veicular é o documento que comprova que a instalação do kit GNV passou pela inspeção exigida, atestando que o sistema está em condições seguras de uso. Sem ele, o veículo não oferece garantias de segurança nem para os ocupantes, nem para os demais no trânsito.
Domingos observa que o problema é mais frequente entre carros de aplicativo, que muitas vezes circulam sem regularização para reduzir custos. “Para tentar diminuir esse quadro, os organismos de inspeção oferecem preços diferenciados para veículos de aplicativo, como forma de estimular a legalização”, disse.
A fiscalização insuficiente agrava a situação. Muitos veículos convertidos constam no Detran como a gasolina, e por isso não são fiscalizados. “Sem registro oficial, o documento não é retido, e esses carros rodam indefinidamente sem vistoria, expondo motoristas e pedestres a riscos graves”, alerta o engenheiro.
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A jornalista Ilana Albuquerque, usuária de GNV há anos, confirma a falta de fiscalização no dia a dia. “Nunca me pedem o CSV nos postos ou em blitzes. Toda vez que paro para abastecer, tenho receio do veículo ao lado explodir. Parece que não há legislação obrigando os postos a pedir o CSV. Quando as conversões começaram em Natal, na década de 90, os veículos precisavam fixar o CSV no para-brisa. Hoje isso não acontece mais”, relatou.
Ela ainda complementa que PRF e PRE não realizam fiscalização rotineira, e que a única forma de controle é a retenção anual do documento para carros que constam como convertidos no Detran, deixando fora do sistema aqueles que não registram a instalação.
Sem cobrança efetiva nas ruas e nos postos de combustível, a política de segurança viária é fragilizada, aumentando a exposição da população. “Em cidades como São Paulo, existem blitzes específicas para medir poluição e ruídos. Aqui, sem fiscalização, a frota irregular cresce e compromete a segurança de motoristas, passageiros e pedestres”, concluiu Domingos Júnior.









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