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Morre Angela Ro Ro, voz marcante da MPB e símbolo de autenticidade artística, aos 75 anos

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • 8 de set.
  • 2 min de leitura

Internada desde junho com infecção pulmonar, cantora teve complicações de saúde e faleceu nesta segunda no Rio de Janeiro


A música popular brasileira perdeu nesta segunda-feira (8) uma de suas vozes mais autênticas e intensas. A cantora e compositora Angela Ro Ro morreu aos 75 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada oficialmente, mas a artista enfrentava complicações de saúde desde junho, quando foi internada com uma grave infecção pulmonar.


Morre Angela Ro Ro, voz marcante da MPB e símbolo de autenticidade artística, aos 75 anos

Internada no Hospital Silvestre, Angela foi diagnosticada com um quadro severo de infecção no pulmão e chegou a passar por uma traqueostomia. Apesar de alguns momentos de melhora, o estado de saúde da cantora se agravou nas últimas semanas após o surgimento de uma nova infecção. Nesta segunda-feira, ela não resistiu.


Durante o período de internação, Angela enfrentava também dificuldades financeiras. Em meio ao tratamento hospitalar, lançou um site para receber doações de fãs, pedindo ajuda para custear medicamentos e despesas pessoais. A iniciativa mobilizou admiradores e colegas de profissão que reconheceram sua importância histórica para a música brasileira.


Com uma carreira marcada por coragem artística e originalidade, Angela Ro Ro conquistou o país com sua voz rouca, emoção à flor da pele e uma mistura inconfundível de estilos. Seu nome artístico nasceu ainda na infância, por causa do seu jeito peculiar de rir, o "Ro Ro", e acabou eternizado na cultura musical brasileira.


Nascida Angela Maria Diniz Gonsalves, no Rio de Janeiro, ela começou a estudar piano aos cinco anos e, desde cedo, demonstrava uma sensibilidade artística incomum. A maturidade musical veio acompanhada de letras intensas, uma presença de palco marcante e um estilo que transitava entre o blues, o samba-canção, o bolero e o rock, sempre com uma abordagem profundamente pessoal dos sentimentos.


O momento que a projetou nacionalmente veio em 1980, quando, vestindo um smoking, subiu sozinha ao palco do Teatro Fênix para cantar "Amor, Meu Grande Amor", que se tornaria um de seus maiores sucessos. A canção a consagrou como uma voz feminina potente, que falava abertamente sobre amor, dor e desejo a partir de uma perspectiva até então rara na música brasileira: o ponto de vista feminino, sem concessões.


Além do talento, Angela foi pioneira ao assumir publicamente sua homossexualidade em um período em que isso era um tabu na sociedade e no meio artístico. Sua postura aberta e sem filtros inspirou gerações e contribuiu para o avanço das discussões sobre diversidade e liberdade sexual no Brasil.


Entre seus álbuns mais marcantes estão o homônimo "Angela Ro Ro" (1979), "Simples Carinho" (1982) e "Escândalo!" (1981). Ao longo das décadas, enfrentou altos e baixos na carreira, mas nunca deixou de produzir, se apresentar e afirmar sua arte com convicção.

A notícia de sua morte repercutiu imediatamente nas redes sociais, onde fãs, músicos e personalidades lamentaram a perda. Muitos destacaram a relevância de Angela não apenas como cantora, mas como símbolo de resistência, liberdade e emoção.


Angela Ro Ro deixa um legado inestimável para a cultura brasileira. Sua voz única, suas letras intensas e sua autenticidade radical permanecem como referência para todos que acreditam na arte como expressão profunda da alma.


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