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Mulher é presa por injúria racial após ataques a passageiro dentro de ônibus em Natal

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • há 24 horas
  • 2 min de leitura

Suspeita foi conduzida à delegacia após chamar homem de 'preto nojento'; caso é investigado pela Decrid e causou revolta nas redes sociais


Uma mulher foi presa por injúria racial neste fim de semana, em Natal, após uma confusão dentro de um ônibus da capital potiguar. Segundo relatos de testemunhas, a suspeita teria ofendido um passageiro com expressões racistas, como "preto nojento", durante uma briga iniciada após ser flagrada tirando fotos de outra passageira.


Mulher é presa por injúria racial após ataques a passageiro dentro de ônibus em Natal
Foto: Reprodução

O caso, que gerou indignação nas redes sociais, está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Combate a Crimes de Racismo, Intolerância e Discriminação (Decrid). De acordo com a Polícia Militar, a confusão começou quando um homem percebeu que a mulher estaria registrando imagens de sua namorada sem autorização. Ele alertou o casal, o que teria provocado uma reação agressiva da suspeita.


Durante a discussão, a mulher teria proferido frases ofensivas e de cunho claramente racista. “Eu dou graças a Deus que eu nasci branca. Ainda bem que eu nasci branca. Um preto nojento”, teria dito, segundo testemunhos e áudios divulgados pelo perfil Via Certa nas redes sociais.


O homem que tentou intervir na situação também foi alvo de ofensas. Em um áudio, ele relata: “Quando eu levantei, ela veio pra cima de mim. Você é preto! Você é preto!”, descrevendo o momento em que se tornou alvo direto da agressora.


A Polícia Militar foi acionada e levou a mulher até o Plantão da Zona Norte, de onde o caso foi encaminhado à Decrid para investigação. Após ser ouvida, ela passou por uma audiência de custódia e foi liberada, mas responderá ao processo em liberdade.


A Polícia Civil confirmou que a suspeita será investigada pelo crime de injúria racial, tipificado no Código Penal como ofensa discriminatória dirigida à raça, cor, etnia, religião ou origem da vítima.


Nas redes sociais, o caso repercutiu com ampla indignação e revolta. Grupos antirracistas e ativistas de direitos humanos cobraram uma resposta firme da Justiça. A Decrid informou que irá continuar com a apuração dos fatos, ouvindo testemunhas e reunindo provas para o inquérito.


A injúria racial, embora comumente confundida com racismo, é tratada como um crime específico e de ação penal pública condicionada à representação. Desde 2023, a legislação foi alterada para equiparar a pena à do crime de racismo, que pode chegar a cinco anos de reclusão, em casos agravados.


O caso evidencia mais uma vez a persistência de comportamentos discriminatórios em espaços públicos e reacende o debate sobre a necessidade de combater o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.

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