Nível das bacias cai 24% e Governo do RN prepara plano contra estiagem
- Redação
- há 4 dias
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Governo elabora plano de convivência com a estiagem no Rio Grande do Norte após queda no nível das bacias

O volume das bacias hidrográficas do Rio Grande do Norte registrou uma queda de 24% em 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. Segundo dados da Emparn, o nível médio dos reservatórios passou de 75% para 57% da capacidade, considerando o mês de maio — quando tradicionalmente se encerra o período chuvoso no interior do estado. A redução preocupa o governo estadual, que já iniciou o planejamento de ações para enfrentar a estiagem no RN, especialmente nas regiões Oeste e Central.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh), que coordena a elaboração do plano, o foco está na prevenção e no enfrentamento dos impactos causados pela baixa recarga dos açudes. As secretarias de Recursos Hídricos, Agricultura e Assistência Social devem se reunir nos próximos dias para definir estratégias que garantam o abastecimento e a segurança hídrica da população ao longo do segundo semestre, período tradicionalmente mais seco.
O alerta foi reforçado após os dados da quadra chuvosa de 2025 confirmarem chuvas abaixo da média nas regiões com os principais reservatórios do estado. De janeiro a abril, choveu 15,7% menos que o esperado na região Oeste e 16,7% menos na região Central, de acordo com a análise climática da Emparn.
Segundo o meteorologista Gilmar Bristot, o primeiro quadrimestre do ano é normalmente o mais chuvoso. A redução significativa no volume pluviométrico comprometeu tanto a agricultura quanto o armazenamento de água. “Os principais reservatórios estão localizados nas regiões Central e Oeste, que serão as mais afetadas no segundo semestre”, alertou.
A Emparn acompanha o volume das bacias separadamente. Na bacia Apodi-Mossoró, que inclui os açudes da região do Alto Oeste e o de Santa Cruz, o volume atual é de 63%. Já a bacia Piranhas-Açu, que abriga a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, está com cerca de 55%. No total, a média estadual está em 57%, enquanto no mesmo período de 2024 o índice era de 75%.
Apesar de os números não representarem um colapso, a tendência é de agravamento, principalmente porque os meses de março e abril não contribuíram para a recuperação dos volumes hídricos. Por outro lado, nas regiões Agreste e Leste ainda há expectativa de chuvas durante os meses de junho a agosto, o que pode amenizar o impacto nessas localidades.
O plano estadual de convivência com a estiagem deverá priorizar o abastecimento das cidades mais vulneráveis, especialmente no Oeste potiguar e no Seridó. Para Gilmar Bristot, o segundo foco das ações deve ser o suporte a pequenos e médios produtores rurais, que precisam manter seus rebanhos e atividades produtivas durante o período seco.
A Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca do RN (Sape) informou que realizará uma reunião interna para definir suas contribuições ao plano, que será discutido de forma intersetorial com outras pastas. A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado reforçou que os dados técnicos serão essenciais para cruzamento de informações e definição de medidas eficazes diante do cenário de estiagem.
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