PF acha dinheiro em casa de ex-prefeito do PT em operação contra desvios de emendas
- Redação
- 27 de jun.
- 2 min de leitura

A Polícia Federal encontrou dinheiro em espécie durante uma operação contra desvios de emendas parlamentares, deflagrada nesta sexta-feira (27), na Bahia. O valor foi localizado em maços de notas de R$ 100 e R$ 50, escondido em uma gaveta da casa do ex-prefeito Marcel Carneiro (PT), de Paratinga. A quantia exata ainda está sendo contabilizada pelos investigadores.
A ação faz parte da quarta fase da Operação Overclean, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a liberação de emendas parlamentares mediante pagamento de propina. A operação é conduzida com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Kassio Nunes Marques, responsável pela expedição de 16 mandados de busca e apreensão.
Prefeitos afastados e sigilos quebrados
Além de Marcel Carneiro, também foram alvos da operação os prefeitos Humberto Raimundo de Oliveira (PT), de Ibipitanga, e Alan Machado França (PSB), de Boquira, ambos afastados de seus cargos. Um assessor parlamentar do deputado federal Félix Mendonça (PDT-BA), identificado como Marcelo Chaves Gomes, também está entre os investigados.
Embora o deputado não tenha sido alvo de mandado de busca, teve seu sigilo telefônico quebrado. Segundo a Polícia Federal, o assessor é suspeito de atuar como operador financeiro do esquema e também foi afastado de suas funções públicas.
Defesa do deputado
Félix Mendonça afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que foi “pego de surpresa” com a operação. “Coloquei emenda na intenção de ser votado, nunca teve indicação de empresa. Nada de irregular. Se você me perguntar agora se foi para a Infraestrutura, Saúde, Educação, eu não sei. Não tem nenhuma vinculação que não seja retorno político”, declarou o parlamentar.
Esquema de R$ 4,6 milhões em emendas
As investigações apontam que o grupo atuou entre os anos de 2021 e 2024, com a liberação de emendas parlamentares que somam aproximadamente R$ 4,6 milhões para os municípios de Ibipitanga e Boquira. A propina era supostamente cobrada para viabilizar o repasse dos recursos, que eram destinados a áreas como saúde, infraestrutura e educação.
Crimes investigados
Os envolvidos poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
As diligências desta sexta-feira ocorreram nas cidades de Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga, todas localizadas na Bahia.









Comentários