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Uso estético das canetas emagrecedoras expõe risco de transtornos e desnutrição e preocupa médicos

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    Redação
  • há 2 horas
  • 2 min de leitura

Ozempic, Wegovy e Mounjaro são indicados apenas para obesidade e diabetes tipo 2, mas têm sido usados sem prescrição para fins estéticos


Automedicação com canetas emagrecedoras aumenta riscos de efeitos adversos, alertam especialistas. | Foto: Reprodução
Automedicação com canetas emagrecedoras aumenta riscos de efeitos adversos, alertam especialistas. | Foto: Reprodução

As chamadas canetas emagrecedoras, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, têm indicação médica apenas para casos de obesidade e diabetes tipo 2. No entanto, o uso desses medicamentos vem se popularizando entre pessoas sem essas condições, que recorrem às injeções sem acompanhamento médico apenas para perder alguns quilos ou alcançar um padrão estético.


Especialistas alertam que, embora seguras quando corretamente prescritas, as canetas emagrecedoras podem trazer efeitos adversos graves se utilizadas de forma inadequada. Náusea, vômito, tontura, desidratação, refluxo, azia, constipação e dor no estômago estão entre os principais riscos.


Além disso, o mau uso pode levar à perda excessiva de massa magra, desnutrição e impactos na saúde óssea.


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Automedicação aumenta riscos


Segundo Cynthia Valério, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), o uso sem orientação leva muitas pessoas a aplicarem doses erradas ou aumentarem a quantidade sem critério.


“Tem gente que usa um medicamento semanal diariamente ou aumenta a dose porque não vê efeito imediato. Isso está muito relacionado a efeitos como mal-estar, vômito e falta de energia”, explicou.


Para Adriano Segal, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), os riscos superam os benefícios quando não há indicação médica. “Ninguém precisa realmente perder 3 kg ou 4 kg; as pessoas desejam perdê-los. Mas não faz sentido se expor a esses efeitos por esse motivo”.


Desde junho, a venda das canetas só é permitida com receita médica, mas médicos afirmam que ainda existem formas de burlar a regra —como receitas falsificadas, venda irregular em farmácias ou empréstimo entre conhecidos. O alto custo, cerca de R$ 1 mil por mês, também reforça a associação da magreza excessiva a um símbolo de status.


Estética e transtornos alimentares


A volta da magreza extrema como tendência é outro fator que alimenta a procura pelo uso estético das canetas emagrecedoras. Celebridades e influenciadores já admitiram recorrer aos medicamentos para perder peso, como o cantor Zé Felipe.


Médicos ressaltam, porém, que a busca por emagrecimento além do saudável pode gerar deficiências nutricionais, queda de cabelo, unhas quebradiças e até favorecer transtornos alimentares em pessoas predispostas.


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Embora estudos indiquem que os medicamentos não aumentam o risco de bulimia ou compulsão alimentar, seu uso em pessoas com tendência à anorexia é contraindicado.


“Quem deseja manter o mesmo peso da adolescência ou insiste em magreza excessiva pode estar em terreno fértil para um transtorno alimentar. São exceções, mas exigem atenção”, afirma Cynthia Valério.


No consultório, os especialistas reforçam que o objetivo deve ser alcançar e manter um peso saudável, e não buscar padrões estéticos irreais.


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