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Valdemar admite plano de golpe, chama 8 de janeiro de “pé de chinelo” e minimiza condenação de Bolsonaro

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • 15 de set.
  • 3 min de leitura

Presidente do PL reconheceu articulação para ruptura institucional, mas negou crime; declaração ocorre após STF condenar Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe


Valdemar Costa Neto durante debate político em Itu (SP), onde admitiu planejamento de golpe, mas descartou crime. | Foto: Reprodução
Valdemar Costa Neto durante debate político em Itu (SP), onde admitiu planejamento de golpe, mas descartou crime. | Foto: Reprodução

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que houve um planejamento de golpe no Brasil, mas negou que a articulação tenha configurado crime. Ele também minimizou os ataques de 8 de janeiro de 2023, classificando-os como uma ação promovida por “um bando de pé de chinelo”.


“ Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente. No Brasil a lei diz o seguinte: ‘se você planejar um assassinato, mas não fez nada, não tentou, não é crime’. O golpe não foi crime”, declarou Valdemar durante debate no Rocas Festival, em Itu, no interior de São Paulo.


O político também criticou a interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos de 8 de janeiro: “O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de Janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe. Olha só, que absurdo, camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente e eles falam que aquilo é golpe”.



STF condena Bolsonaro a 27 anos


As declarações de Valdemar ocorreram dois dias após a Primeira Turma do STF condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. O tribunal também aplicou penas de 2 a 26 anos a outros sete aliados do ex-presidente, considerados parte do núcleo central da trama.


Bolsonaro foi sentenciado ainda pelos crimes de organização criminosa armada, abolição do Estado democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado. O regime inicial será fechado, com 24 anos e nove meses de reclusão, além de detenção no período restante.


Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. | Foto: Reprodução
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. | Foto: Reprodução

A decisão também impôs a inelegibilidade de oito anos a todos os condenados, a partir do cumprimento das penas. No caso de Bolsonaro, o prazo se estende até 2060, já que ele também havia sido punido anteriormente pela Justiça Eleitoral.



Outros condenados do núcleo central


Além de Bolsonaro, foram sentenciados os ex-ministros Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-chefe da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, delator do caso.


As maiores penas, depois da do ex-presidente, foram aplicadas a Braga Netto (26 anos), Torres e Garnier (24 anos cada) e Heleno (21 anos). Ramagem recebeu 16 anos e um mês, além da perda do mandato parlamentar e do cargo de delegado da Polícia Federal.



Prisão domiciliar em debate


Bolsonaro permanece em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Sua defesa pretende manter esse regime, alegando questões de saúde relacionadas ao atentado a faca sofrido em 2018. Entre as opções cogitadas estão celas especiais na Papuda ou na Polícia Federal, enquanto a prisão em quartel militar é considerada pouco provável.

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