Entre Cafés e Estratégias 01
- Tainan Cruz

- há 5 dias
- 2 min de leitura
Por que a nostalgia ativa nosso cérebro e cria conexões reais entre marcas e pessoas
Existe uma emoção que o digital não consegue quantificar totalmente: o reconhecimento imediato de algo familiar. Esse pequeno acender interno que nos faz pensar já vivi isso. Essa sensação não é apenas afetiva, é também científica.
No neuromarketing, o chamado efeito da familiaridade explica que o cérebro, ao encontrar elementos já conhecidos, ativa áreas relacionadas ao prazer, segurança e recompensa. O familiar reduz o esforço cognitivo, aumenta a confiança e prolonga a atenção. Em outras palavras, aquilo que reconhecemos se torna mais próximo e mais confiável.
Nos últimos meses, vimos esse fenômeno ganhar força em campanhas que souberam usar a nostalgia de forma inteligente e contemporânea. A Corona reacendeu o clima do clássico Lual MTV, um símbolo forte dos anos 2000, para despertar memória afetiva, juventude e liberdade. A marca não entregou apenas uma ação; entregou sentimento.

O Canva seguiu pelo mesmo caminho ao trazer Xuxa, uma das figuras mais icônicas e nostálgicas do Brasil, em uma campanha que ativa lembranças imediatas em diferentes gerações. A força da familiaridade aqui não está só na estética retrô, mas no impacto emocional de reconhecer alguém que marcou a formação cultural do país.

Esses movimentos mostram algo essencial: nostalgia não é sobre voltar ao passado. É sobre usar gatilhos emocionais do presente. Quando uma marca traz símbolos, cores, sons ou estéticas que o público já conhece, o cérebro relaxa. Surge identificação. Surge vínculo. Surge conexão emocional. E conexão emocional é base de branding.
E esse recurso não pertence apenas às gigantes do mercado. Pequenas e médias empresas também podem usar a nostalgia como ferramenta estratégica. Ela pode estar na história do próprio negócio, no sotaque da região, em receitas tradicionais, em fotos antigas reinterpretadas, em memórias coletivas da comunidade local. São elementos simples, mas que ativam memórias afetivas e fortalecem o posicionamento.
No fim, nostalgia bem aplicada não busca apenas vender mais. Busca conectar melhor. Porque marcas que despertam lembranças não são apenas vistas. São sentidas. E marcas sentidas se tornam inesquecíveis.
Nos vemos no próximo café!
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