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Indústria brasileira tem alta de 5,1% no faturamento acumulado do ano, mas opera com menor capacidade instalada

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    Redação
  • há 17 minutos
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Dados da CNI indicam crescimento também no emprego industrial entre janeiro e julho, mas alertam para impacto dos juros altos na atividade


O faturamento da indústria brasileira cresceu 5,1% no acumulado de janeiro a julho de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e revelam um cenário de avanço moderado no setor, mesmo diante de restrições econômicas impostas pelos juros elevados.


Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Considerando apenas o mês de julho de 2025, o faturamento teve uma leve alta de 0,4% em relação a junho, mas apresentou queda de 1,3% na comparação com julho de 2024. Ainda assim, o saldo dos sete primeiros meses do ano é positivo.


Outro dado relevante é o aumento no número de empregos na indústria. O emprego industrial cresceu 2,3% no acumulado do ano. Em julho, o indicador registrou alta de 0,2% frente ao mês anterior e repetiu os 2,3% de crescimento na comparação com julho de 2024.


Segundo a especialista em Políticas e Indústria da CNI, Larissa Nocko, o desempenho no mercado de trabalho tem sido consistente: “O mercado de trabalho se encontra bastante aquecido, com crescimento da ocupação e um ambiente de taxas de desemprego batendo mínimas históricas. Isso tem gerado uma pressão sobre os rendimentos do trabalhador e acontece na economia como um todo.”


Apesar do cenário de crescimento no faturamento e na geração de empregos, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria registrou novo recuo em julho, mantendo uma tendência de queda iniciada em abril de 2024, quando o índice estava em 79,7%. No mês de julho deste ano, a UCI caiu para 78,2%, uma redução de 1,6 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior.


De acordo com a análise da CNI, o motivo central para essa queda é a continuidade de uma política monetária restritiva no país. Os juros elevados, mantidos para conter a inflação, acabam restringindo o crédito e reduzindo a demanda, o que impacta diretamente no ritmo da produção industrial.


A combinação de crescimento no faturamento e no emprego, com redução da capacidade operacional, revela um setor que, embora ativo, enfrenta limitações para expandir sua produção de forma sustentável. Para a CNI, a desaceleração no uso da capacidade instalada deve ser acompanhada com atenção, sobretudo se o ciclo de juros não for revertido nos próximos trimestres.

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