PF prende ex-diretor da Polícia Federal e diretor da Agência Nacional de Mineração em megaoperação contra fraudes ambientais
- Redação
- 17 de set.
- 2 min de leitura
Ação cumpre 22 prisões e 79 mandados em Minas Gerais; esquema movimentou R$ 1,5 bilhão em propinas e envolveu licenças ilegais no setor de mineração

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (17) o ex-diretor da Polícia Federal na Diretoria de Polícia Administrativa, Rodrigo de Melo Teixeira, e o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra. A operação investiga um esquema criminoso no setor de mineração, que teria movimentado cerca de R$ 1,5 bilhão em fraudes de licenciamento ambiental e pagamento de propina a agentes públicos em níveis federal e estadual.
A ação cumpre 22 ordens de prisão temporária e 79 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais. Até agora, 14 pessoas foram presas, incluindo os principais investigados. A Justiça Federal também determinou o sequestro e bloqueio de bens dos suspeitos.
Segundo a PF, o alvo é um conglomerado de mais de 40 empresas, tendo a holding Minerar S/A como principal frente de atuação. As companhias exploravam minério de ferro em áreas de risco ambiental e regiões tombadas, manipulando processos de licenciamento com apoio de servidores públicos corrompidos.
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Empresários e servidores entre os investigados
Entre os alvos de prisão preventiva estão os empresários Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo; Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na mineradora Gutesiht e articulador junto a órgãos ambientais; e João Alberto Paixão Lages, também sócio da empresa e apontado como operador do esquema.
De acordo com a investigação, o grupo pagava propinas superiores a R$ 3 milhões para obter licenças de extração e manuseio de minérios. Alguns agentes públicos recebiam mesadas fixas para garantir a continuidade das atividades ilegais.

A Justiça Federal ainda determinou o afastamento de três servidores: Fernando Baliani da Silva (FEAM), Breno Esteves Lasmar (Instituto Estadual de Florestas) e Fernando Benício de Oliveira Paula (Conselho Estadual de Política Ambiental).
Esquema revelado desde 2020
O inquérito que originou a operação foi aberto em 2020 e aponta que os investigados criaram uma rede de empresas e operadores para sustentar empreendimentos ilegais de mineração. O grupo é acusado de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraudes documentais, organização criminosa, lavagem de dinheiro e até vazamento de informações privilegiadas.
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Segundo a PF, o esquema afetava diretamente órgãos como a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Minas Gerais.









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