MST ocupa sede do Incra em Natal e cobra retomada da reforma agrária

Cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta terça-feira (22), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Natal. A mobilização integra uma jornada nacional de lutas do movimento, que já realizou ações semelhantes em ao menos 20 estados. No Rio Grande do Norte, o foco é a cobrança pela retomada das políticas públicas de reforma agrária.

A concentração começou com uma caminhada pela BR-101, passando pela Ponte de Igapó até chegar à sede do Incra, localizada na zona Sul da capital potiguar. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 500 pessoas participaram do ato, ocupando uma das faixas da rodovia. A manifestação transcorreu de forma pacífica, com policiamento reforçado ao longo do trajeto para garantir a segurança e minimizar impactos no tráfego.

Já no prédio do Incra, os manifestantes montaram acampamento com colchões, redes e materiais de apoio, ocupando o estacionamento e algumas salas do órgão. A ocupação segue pacífica, sem registros de confrontos ou depredações. Servidores permanecem trabalhando no local.

Reivindicações

Entre as pautas apresentadas pelo MST estão a reativação dos programas de assentamento para famílias sem terra, a regularização de áreas já ocupadas e a melhoria da infraestrutura nos assentamentos existentes. As demandas também incluem o cumprimento de promessas feitas pelo governo federal.

“Exigimos do Governo Lula o compromisso assumido de assentar as 65 mil famílias acampadas em todo o país”, afirmou o movimento em nota publicada nas redes sociais.

Após negociação com a superintendência do Incra no Rio Grande do Norte, foi marcada uma audiência entre o órgão e os representantes do movimento. A reunião está prevista para ocorrer às 14h desta terça-feira (22), na sede ocupada.

A mobilização em Natal ocorre simultaneamente a outras ações do MST em diferentes estados, compondo uma estratégia de pressão coordenada para recolocar a pauta da reforma agrária no centro do debate público e político.